quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Audiência pública sobre correspondente bancário


Puty preside a audiência pública
Originalmente, os correspondentes bancários foram criados para o atendimento de clientes em locais sem agências bancárias. Porém, 55% delas estão localizadas na região sudeste e dois mil municípios brasileiros ainda não tem atendimento bancário.
Durante sua exposição, Berzoini afirmou que, na resolução, não consta o critério geográfico. Ou seja, um banco pode repassar atribuições para um correspondente bancário situado em qualquer cidade.
O deputado afirma também que, em tese, a resolução autoriza qualquer sociedade, pública ou privada, a atuar como correspondente bancário. “A resolução vai facilitar a abertura de instituições financeiras com capital inferior ao requerido pela regulamentação em vigor”. “Assim, os protótipos de bancos poderão instalar-se à sombra de outros e, à medida que tenham o volume suficiente para montarem suas próprias operações, desvincular-se-ão de suas ‘instituições mães’, em um verdadeiro sistema de incubação de novas empresas bancárias.”
Para Gerson Gomes da Costa, representante da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), toda sociedade ganha com a instalação de correspondentes bancários e defendeu que a extinção deste serviço seria um retrocesso. “A população deve ser ouvida sobre este assunto, pois o que promovemos é inclusão social. A categoria dos bancários não é prejudicada, afinal, os bancos continuam responsáveis pelas operações”, argumentou Gerson Gomes.
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Alberto da Silva, contrapôs a visão do representante dos bancos: “A bancarização é uma falácia. Não há inclusão social. Na verdade, todo cidadão tem o direito de ser atendido em uma agência bancária com segurança e qualidade. O Banco Central age por interesse financeiro e está legislando no lugar do Congresso Nacional”.
O deputado Cláudio Puty, que presidiu a audiência pública, avaliou positivamente o evento. “Tenho certeza que os parlamentares desta comissão conseguiram acumular bastante informação para a compreensão do projeto e para encontrar alternativas que não precarizem o trabalho bancário”, analisou.
Também compuseram a mesa de debates o chefe do Departamento de Normas do Sistema Financeiro do Banco Central, Sérgio Odilon dos Anjos, e o diretor-substituto do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça, Amaury Martins de Oliva.

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