segunda-feira, 22 de outubro de 2012

BELISSÍMO TEXTO NO SITE FATO EXPRESSO

25/11. Dia Internacional de Combate à violência contra a Mulher

* Bira Kuhlmann
“Tapa de amor não dói.” “Em briga de marido e mulher ninguém mete a colher.” “Quando um não quer, dois não brigam.” “Mulher é prá esquentar a barriga no fogão prá depois esfriar no tanque” “Ela é como mulher de malandro, só obedece na base do tapa.” “Lugar de mulher é na cozinha” Você já ouviu com certeza pelo menos algumas dessas frases da “cultura popular”. Como pode uma sociedade dita civilizada admitir tamanha covardia e monstruosidade?
O combate à violência doméstica é um desafio complicado, pois é difícil haver testemunha de algo que ocorre entre quatro paredes. Quando há quem flagre, este muitas vezes pensa: “não devo invadir a privacidade do casal” ou “se eu me meter, vai sobrar para mim.”
Quanta covardia! Não existe nada que sequer chegue perto de uma justificativa para tal violência. E pensar que aqui no Brasil, até algumas décadas atrás, era considerada legítima defesa da honra assassinar a mulher adúltera! Ou seja, não era sequer tido como criminoso o marido que matava a mulher que o tivesse “traído”! O que ainda é uma realidade no Irã, por exemplo, onde o Estado faz esse “favor” para o corno, executando a “criminosa’! Se, na letra da lei, essa aberração jurídica não mais existe no nosso país, na mentalidade de muitos, isso é moralmente aceito, ou, no mínimo, considera-se como atenuante. Quanta hipocrisia! Quanto machismo! Quão repugnante é essa mentalidade!
Assassinatos, torturas, estupros, cárceres privados, atentados violentos, chantagem, podem estar ocorrendo há poucos metros de onde dormimos! Apenas em 2010, o ligue 180, da Central de Atendimento à Mulher deve registrar algo em torno de sessenta mil ocorrências apenas de lesão corporal! Números que não param de crescer, espero que por conta do aumento do número de casos que vem à tona, decorrente da maior disposição da vítima em procurar ajuda, e não porque haja um aumento de casos de violência.
Exemplos de quão impregnada está a relação de dominação machista em nosso meio aparecem em frases aparentemente inocentes. “Puxa! Que legal o seu marido deixar você sair sozinha!” Peraí! Quem disse que tenho o direito de deixar ou não ela sair? “Meu marido me ajuda em casa, lavando a louça!” Se eu “ajudo” é porque a obrigação é dela? Ou não faço mais que minha obrigação?
Se você é vítima de violência, procure ajuda, encontre um porto seguro e denuncie, até porque as coisas tendem a ficar cada vez pior se não o fizer. Se é testemunha, não se acovarde, não seja cúmplice e faça a denúncia.
Se você é um agressor, vá tomar uma cerveja na Antarctica e fique com os pingüins… Pensando bem, os pingüins não merecem sua companhia. Desapareça!

Ubiratan Kuhlmann: bancário, militante sindical, universitário (atuária), músico, escritor, comunista, corinthiano, casado, pai de três meninos, velou a morte de um deles e de seu pai, Itagyba Kuhlmann.
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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

II Concurso Nacional de Pesquisa sobre Cultura Afro-Brasileira – Prêmio Palmares 2012


Estão abertas até 1º de novembro as inscrições para o II Concurso Nacional de Pesquisa sobre Cultura Afro-Brasileira – Prêmio Palmares 2012. O concurso é de competência do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra e tem o objetivo de estimular a produção científica e dar visibilidade aos trabalhos acadêmicos que versem sobre a Cultura Afro-Brasileira.
Serão considerados como Pesquisa sobre Cultura Afro-Brasileira os trabalhos que apresentem aspectos da tradição histórica, social, cultural, geográfica ou jurídica da população afrodescendente no Brasil (incluindo comunidades remanescentes de quilombos e comunidades religiosas de matriz africana), bem como sobre patrimônio material (bens imóveis, coleções, acervos) e imaterial afro-brasileiro, compreendendo: saberes (conhecimentos e modos de fazer); celebrações (rituais e festas tradicionais); formas de expressão (manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas); lugares (espaços onde se concentram e se reproduzem práticas culturais coletivas).
Ao todo, serão premiadas 13 pesquisas, sendo que nas categorias Monografia e Dissertação, a concorrência será regionalizada, ou seja: serão premiados os melhores trabalhos em cada região (Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste). Na categoria Tese, serão premiados os 3 melhores trabalhos (1º, 2º e 3º lugar geral).
Os vencedores das categorias Monografia e Dissertação receberão também uma premiação em dinheiro: R$ 4 mil para cada monografia e R$ 8 mil para cada Dissertação. Para os primeiros colocados na categoria Tese, a premiação se dará na forma da publicação de um livro, com tiragem mínima de 1.000 (mil) exemplares contendo na íntegra o conteúdo da pesquisa premiada.
A participação no concurso é gratuita e aberta a qualquer pessoa com defesa comprovada de monografia, dissertação ou tese em universidade pública ou privada cadastrada no Ministério da Educação, em qualquer área de conhecimento,  especialmente das Ciências Sociais e Humanas, e que atendam aos critérios do Edital.
Os candidatos que desejarem se inscrever no concurso deverão realizar sua inscrição prévia encaminhando a Ficha de Inscrição para o e-mail premiopalmares2012@palmares.gov.br. A inscrição definitiva só será efetivada após o recebimento, via postal, dos trabalhos e documentos solicitados no Edital. Para visualizar ou imprimir a Ficha de Inscriçãoclique aqui.
As dúvidas serão respondidas somente por meio do e-mail  premiopalmares2012@palmares.gov.br.
Para visualizar ou imprimir a versão em PDF do Edital, clique aqui.
FONTE: www.palmares.com.br

Estou com vergonha alheia da fila na porta da Apple


Começar o dia com vergonha alheia é uma droga…
Matéria no Bom Dia Brasil, da TV Globo, na manhã desta quinta, mostrou a fila formada na porta da loja da Apple, em Nova Iorque, de consumidores ansiosos para pôr as mãos em um iPhone 5. Gente que chegou uma semana antes do lançamento. E, o pior, diz isso com orgulho.
Sempre me penitenciei ao ver as filas quilométricas que precedem jogos importantes de futebol por conta de um pensamento, um tanto quanto moralista, que surge espontâneo, mas, no fundo, demonstra a mais pura inveja: esse povo não trabalha, não? Inveja – vamos deixar bem claro – não de dormir na fila,  fazer xixi no potinho e comer macarrão instantâneo, mas de dar uma escapada do trabalho para fazer algo para mim, bem nonsense de preferência.
Quando, daqui a dois séculos, analisarem os sinais da derrocada da nossa civilização de consumo desvairado, certamente a cena da porta da Apple será resgatada pelos historiadores. No meu tempo, havia gente que acampava na fila para ser o primeiro a entrar em um show de rock – o que também, convenhamos, é uma esquisitice sem tamanho. Mas, vá lá, é rock. Agora, é para ter um tamagochi.
Para alguns, o iPhone é um instrumento de trabalho – muitas vezes desnecessário, é claro. Afinal de contas, me pergunto se este aparelhinho do meu lado (qualquer leitor daqui sabe que tenho um e que adoro tecnologia, apesar de não acreditar na santidade do falecido Jobs) traz facilidades para minha vida diária, cria necessidades que eu nunca imaginei que eu tinha ou me escraviza aos seus caprichos.
Para outros, é um elemento que ajudar a dar sentido às coisas, contribui na formação da imagem que temos de nós mesmos e fornece um símbolo para que a comunidade o reconheça. Lembram-me daqueles cabeças ocas de ampola usuários de iPhone que jorraram preconceito nas redes sociais quando o Instagram tornou-se acessível também aos usuários do Android? Reclamavam que a rede social de fotos iria virar coisa do populacho, uma vez que elas seriam as que possuem telefones com esse sistema operacional, normalmente mais acessíveis.
São a versão moderna do sujeito que reclama que a calça de grife dele agora está em desconto, o que vai fazer com que mais pessoas a tenham, perdendo – portanto – a exclusividade – razão que o levou a adquirir tal peça. Não é a qualidade do produto que está em jogo, mas o que ele significa socialmente. O preço estipulado tem pouca relação nenhuma com custos de produção, mas serve para segregar – se não concorda, explica isso para a senhorinha boliviana escravizada que recebeu dois mangos para produzir uma saia vendida por setenta vezes esse preço.
A Apple vende estilo de vida. Do que somos. Do que gostaríamos de ser. Do que deveríamos ser – não em nossa opinião, necessariamente, mas de uma construção do que é bom e do que é ruim. Construção essa que vem, não raras vezes, de cima para baixo.
Já comentei aqui antes que a busca pela felicidade passa cada vez mais pelo ato de comprar. E a satisfação está disponível na lojas a uma passada de cartão de distância. Muitos de nós ficam tanto tempo trabalhando que tornam-se compradores compulsivos de símbolos daquilo que não conseguiremos obter por vivência direta. Através desses objetos, enlatamos a felicidade – pronta para consumo, mas que dura pouco.
Porque, como os produtos que a representam, possui sua obsolescência programada (3, 3G, 3GS, 4, 4S, 5…) para dar, daqui a pouco, mais dinheiro a alguém. E, certamente, não são os operários que montam os telefones na Foxconn.
PS: Achar que consumidor não pode reclamar dos problemas de um produto porque optou pela compra. Votar em alguém e, por conta disso, não pressioná-lo por quatro ou oito anos… Ter profunda culpa incutida na alma fez do brasileiro um ser pitoresco.
Fonte: Blog do Sakamoto

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

I PRÊMIO INGLÊS DE SOUSA


As inscrições do I PRÊMIO INGLÊS DE SOUSA, organizado pela ALSSP - Academia de Letras do Sul e Sudeste Paraense estão abertas para as categorias: Poesia e Conto e vão até o dia 31 de outubro de 2012.
 
 
 
 
A premiação para os primeiros colocados em ambas as categorias é em dinheiro e kit de livros.
 
 
 
 
PARTICIPE!!
Fonte: blog do Airton Souza